O projeto de reabertura do rio Chiveve previsto entre Setembro e Outubro próximos com a duração das obras calculadas em menos de um ano vai reduzir substancialmente o crónico problema das inundações que afecta a cidade portuária da Beira, em Sofala.

Com financiamento assegurado pelo Governo alemão, através do banco KFW em 13.5 milhões de euros, o projecto contempla um raio de 2.800 metros em que o próprio rio Chiveve vai ser cavado em três bacias com a profundidade fora da actual dimensão para permitir a inclinação das águas para a doca pesqueira.

De acordo com o presidente daquela autarquia, Daviz Simango, espera-se que no final deste projeto a partir da zona do Cais-Manarte até Docas Pesqueiras sejam escoadas águas pluviais da área industrial, bairro de Goto e outros lugares adjacentes ao futuro empreendimento. “Embora neste projeto não esteja previsto o escoamento das águas da zona industrial e do Goto, mas as quotas permitem que, no futuro, caso as infraestruturas de escoamento das águas sejam criadas possam, de facto, descarregar no rio Chiveve”- realçou.

O edil da Beira que falava ao nosso Jornal durante a apresentação do estudo de viabilidade da reabertura do rio Chiveve, no âmbito da redução do impacto das mudanças climáticas, precisou ainda que na travessia para a doca de Pescas vão ser erguidas duas comportas que permitirão a regulação das águas, numa circulação cíclica do mar para o continente.

Tal processo vai facilitar também a lavagem do próprio rio Chiveve e desassoreamento da doca de Pescas depois da dragagem para permitir que a rotação das embarcações seja feita em água e não em seco como atualmente acontece.

Isto, para Daviz Simango, é uma grande respiração para a cidade da Beira, porque, no seu dizer, há zonas de retenção de água que devem ser tomadas em consideração que são sensíveis para inundações.
Para o efeito, serão envolvidos técnicos municipais para evitar que nelas sejam erguidas infraestruturas urbanas que podem obstruir a circulação normal das águas.

Um dos grandes desafios do projeto é de respeitar as linhas de circulação das águas. Por conseguinte, conforme está previsto, vão ser removidas todas as casas que estão por detrás da Piscina do Goto, afetando um total de 44 famílias já arroladas pela edilidade da Beira.
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