12ª Grande Conferência Jornal Água & Ambiente
Realiza-se no dia 23 de Maio, no Centro de Congressos da Universidade Católica em Lisboa, a 12ª Grande Conferência do Jornal Água & Ambiente, este ano com o tema Portugal Eficiente na Gestão de Recursos – Novos actores, novas políticas. Os assuntos abordados na conferência incluem, entre outros, a qualidade na água e sustentabilidade na gestão resíduos, a eficiência energética, o sector do ambiente e energia em Portugal, a privatização de serviços de água e as tecnologias de baixo carbono.
Enquadramento
São os recursos naturais, sejam estes a água, os solos, os ecossistemas, os minerais e demais matérias-primas, os combustíveis fósseis e outras fontes de energia que sustentam a economia europeia e portuguesa e asseguram a qualidade de vida dos seus cidadãos. A transição para uma economia verde é um desígnio das nações europeias, mas a atual conjuntura económica e financeira tornou mais premente a aposta na eficiência da gestão de recursos, umas das linhas estratégicas da Estratégia Europa 2020.
O grande objetivo é dissociar o crescimento económico do consumo intensivo de recursos e do impacto ambiental que lhe está associado e, desta forma, garantir a segurança de abastecimento, tornando o País menos vulnerável à oscilação constante dos preços da energia e matérias-primas, e, simultaneamente, gerar novas oportunidades de negócio e criar emprego. Ou seja, atingir o difícil equilíbrio entre a preservação do capital natural e a necessária utilização destes recursos para fazer mexer a economia.
A chave do futuro sustentável passa então por gerar mais riqueza a partir de uma gestão mais racional dos recursos existentes, invertendo a tendência de crescimento de resíduos e reduzindo a sua deposição em aterros promovendo a sua reintegração na economia através da reciclagem ou de outras formas de valorização; melhorando a gestão dos serviços de água que se debatem com dificuldades económicas e financeiras e reduzindo o consumo de água nos segmentos doméstico, industrial e agrícola; e assegurando a eficiência energética na administração pública, transportes, indústria e serviços.
Por outro lado, os recursos são, muitas vezes, usados de forma ineficiente porque a informação para a sociedade sobre os custos reais de uma utilização desregrada, designadamente os impactos ambientais não se refletem no preço pago pelos cidadãos nem na utilização efectuada pelas empresas. A aplicação do princípio do utilizador/pagador e de uma política de preços transparente e coerente com o impacto ambiental associado à utilização dos recursos naturais é outra medida, assumida a nível europeu, para a melhoria da eficiência energética. Uma gestão mais eficiente do capital natural de que o País dispõe, permitirá melhorar a produtividade, reduzir custos e, assim, aumentar a competitividade do tecido empresarial. Por outro lado, o desafio da eficiência é também um estímulo à criatividade empresarial e à inovação tecnológica. Para reduzir o consumo de energia e materiais de determinadas atividades industriais, melhorar sistemas de gestão ou otimizar processos de produção, serão necessárias soluções inovadoras, que poderão depois ser colocadas nos mercados externos.
Os próprios resíduos são agora vistos como recursos, podendo ser reintegrados no ciclo económico e aproveitados para novos fins. Também aqui sairão valorizadas soluções inovadoras de reciclagem ou de eco-inovação, bem como produtos e serviços destinados a tornar mais eficiente a recolha e tratamento de resíduos. O futuro do País depende assim da capacidade de investigação e de inovação, o que sobreleva a necessidade de olear as ligações entre a universidade e a indústria e potenciar o aparecimento de novas empresas de base tecnológica.
Desta forma, será possível criar novos empregos no fértil mercado das tecnologias verdes, abrindo oportunidades de exportação e de internacionalização das empresas portuguesas. No mundo contemporâneo, sobrevivem as empresas que melhor se adaptam ao ambiente de negócios que as rodeia e ganha terreno quem traz ideias novas para o mercado. O mercado das tecnologias de baixo carbono não tem fronteiras e a inovação permite ambicionar voos mais altos para as empresas portuguesas, que poderão assim posicionar-se fora de portas com soluções e serviços inovadores e competitivos.
Para cumprir este propósito, será necessário promover mudanças profundas em diversos sectores – da energia à indústria, passando pela agricultura e pelos transportes alinhando-os num objetivo comum de promoção da eficiência na utilização de recursos. Isto exige uma ação política coordenada e uma forte visibilidade junto dos vários atores que compõem estes mercados.
Programa
08H30 – Receção dos Participantes
09h00 – Sessão de Abertura
Fernando Santana, Diretor do Jornal Água&Ambiente
João Belo, Diretor-Geral do Grupo About Media
Gestão eficiente dos recursos nacionais: política para o setor do ambiente
Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) (a confirmar)
10h15 – Água e Resíduos: sustentabilidade aliada à qualidade
Moderador: Fernando Santana, Diretor do Jornal Água&Ambiente
Sustentabilidade económica e eficiência ambiental: o futuro dos serviços de água e resíduos
O desafio da regulação: garantir eficiência sem comprometer a qualidade
Debate
11h00 – Pausa para café
11h30 – Energia e Clima: construir uma economia verde
Moderadora: Júlia Seixas, Professora, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL)
Crescimento e equilíbrio climático: dos roteiros de baixo carbono à gestão integrada do ambiente e clima
Eficiência Energética 2020: novas metas, novos desafios
Debate
12h30 – Da inovação à internacionalização
Empreendedorismo e Inovação: oportunidades para o setor do ambiente e energia
Avançar para a internacionalização: novos instrumentos e mercados
Orador a designar, AICEP – Agência de Investimento e Comércio Externo de Portugal
Debate
13h30 – Almoço no Hotel Marriot
15h00 – Mesa Redonda 1: Eficiência e inovação na gestão de resíduos
Moderador: Fernando Leite, Administrador-Delegado, Lipor
A gestão de resíduos enquanto motor de inovação e emprego
Trocar o cacete pela cenoura: promover a reciclagem com base em incentivos
16h00 – Pausa para café
16h15 – Mesa Redonda 2: Eficiência e inovação na gestão da água
Uma experiência de privatização nos serviços de água: conquistas e desafios
A necessidade aguça o engenho: o Sillicon Valley da água
17h15 – Mesa Redonda 3: Eficiência e inovação na gestão da energia
Caso de Londres: implementação de um modelo inovador para a eficiência energética no sector público
Tendências globais nas tecnologias de baixo carbono
18h15 – Encerramento
Informações
Tel.: (+351) 21 880 61 36
Fax.: (+351) 21 880 61 37
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