Central Nuclear Japonesa de Fukushima: Aspectos Construtivos e de Segurança
A Central Nuclear Japonesa de Fukushima Dai-ichi é uma das maiores Centrais Nucleares do mundo. Possui 6 Reactores Nucleares e uma capacidade de 5 Giga-Watt, tendo iniciado a produção de energia no final dos anos 70. Os dispositivos de segurança da Central não foram suficientes para conter os estragos provocados pelo sismo e Tsunami de 11 de Março, originando uma série de falhas catastróficas. Mas o que correu mal?
Os materiais de construção utilizados na construção de estruturas de protecção de reactores nucleares, são de primeira qualidade, os métodos construtivos, especialmente cuidados e os projectos estruturais utilizam coeficientes de segurança muito acima da média. Além disso, as medidas de segurança passiva e activa presentes numa central nuclear e respectivos sistemas críticos têm um grau de redundância superior a qualquer estrutura feita pelo homem.
Apesar de todas estas medidas de segurança, em 11 de Março de 2011 e nos dias subsequentes, a Central Nuclear de Fukushima que possuía avançados dispositivos anti-sísmicos, ficou parcialmente destruída, na sequência de uma série de explosões.
Todos os reactores nucleares e sistemas auxiliares possuem medidores de vibrações, que ao mínimo sinal de um sismo, fazem com que o complexo nuclear entre em estado de hibernação. Todos os sistemas são desligados, excepto os encarregues de arrefecer os núcleos.
Segundo alguns responsáveis pela central de Fukushima, foi precisamente a alimentação destes sistemas de arrefecimento de emergência que falhou. Devido ao sismo e ao impacto do Tsunami, os geradores auxiliares deixaram de funcionar, provocando a interrupção do funcionamento das bombas e a consequente paragem da circulação de água no interior das tubagens de arrefecimento de alguns reactores. Isto conduziu ao aquecimento progressivo dos núcleos e aumento da pressão no interior dos reactores. As várias explosões ocorridas resultaram desse aumento de pressão.
Na tentativa de atenuar o ciclo de aquecimento do núcleo, os responsáveis pela central de Fukushima decidiram inundar os reactores com água do mar.
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16 Março, 2011
Nestes casos a capacidade estrutural do invólucro de betão armado do reactor não adianta muito. O problema manifesta-se de dentro para fora e o inverso.
Parabéns pelo texto, muito bem escrito.
16 Março, 2011
Os links que disponibilizaram para ajuda são de ligações estrangeiras. Não existe nenhuma instituição em portugal que esteja a recolher donativos para as vítimas do sismo?
16 Março, 2011
Excelentes artigos sobre a crise do tsunami.
16 Março, 2011
Com todas estas fragilidades é caso para dizer…..não ao nuclear em terra lusa!
16 Março, 2011
Muito interessante, não fazia ideia que era uma das maiores centrais nem que era tão antiga