A Estimação de Escoamentos Fluviais e o Dimensionamento de Albufeiras

A FUNDEC – Associação para a Formação e o Desenvolvimento em Engenharia Civil e Arquitectura promove, nos dias 2 e 3 de Abril, o Curso “A Estimação de Escoamentos Fluviais e o Dimensionamento de Albufeiras“. Em países, como Portugal Continental, com forte irregularidade dos caudais fluviais, a utilização de água superficial pressupõe, em geral, a existência de albufeiras de regularização que permitam modificar o regime natural das afluências por forma a adaptá-lo ao dos volumes de água a fornecer ao longo do tempo.

A regularização de uma albufeira é assegurada pela respectiva capacidade útil e depende basicamente dos seguintes três factores:
• regime natural das afluências à albufeira, no que respeita aos volumes afluentes e à sua irregularidade temporal;
• características do fornecimento a satisfazer a partir da albufeira, traduzidas pelos volumes de água requeridos e pela sua distribuição temporal;
• fiabilidade, normalmente expressa em termos de grau de garantia ou simplesmente garantia, com que deve ser assegurada a satisfação do fornecimento.
O dimensionamento de uma albufeira de regularização conduz, normalmente, à resolução de um dos dois seguintes problemas:
• determinação da garantia do fornecimento a satisfazer a partir da albufeira uma vez fixada a capacidade útil da albufeira;
• determinação da capacidade útil da albufeira que assegura o fornecimento com uma dada garantia.
Para dimensionar uma albufeira é necessário dispor de informação hidrométrica que caracterize, à escala mensal ou, por vezes, mesmo diária e de modo tão fidedigno quanto possível, o regime fluvial secção de inserção da infra-estrutura e daí a pertinência da associação entre modelos de estimação do escoamento e de dimensionamento de albufeiras.
Recentemente, assistiu-se a uma intensificação na implementação de albufeiras de regularização, designadamente, pertencentes ao sistema de infra-estruturas do Alqueva.
A efectivação do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) requererá, também, o dimensionamento de albufeiras.
A temática do curso abrange, não só a execução de novas infra-estruturas, mas também as infra-estruturas existentes. Com efeito, uma parte significativa dos aproveitamentos hidráulicos portugueses foi concebida há já alguns anos, sob constrangimentos hidrológicos eventualmente distintos dos actuais, em consequência da evolução do clima.
Esta circunstância conduz à necessidade de averiguar se tais reservatórios ainda são capazes de assegurar os volumes de água para que foram dimensionados com as garantias que então lhe foram impostas.
Em face da diversidade de matérias que associadas ao tema proposto para o Curso, seleccionaram-se as que se afiguraram mais relevantes para atingir os seguintes objectivos, compatíveis com o período de leccionação de dois dias:
• proporcionar formação no âmbito dos conceitos básicos associados ao dimensionamento de reservatórios, com ênfase para conceitos de hidrologia (componente quantitativa) e para os objectivos e condicionamentos do dimensionamento de albufeiras;
• apresentar modelos de estimação de escoamento anuais, mensais e diários e, de modo abreviado, de caudais de cheia;
• apresentar modelos destinados ao dimensionamento da capacidade útil de reservatórios, com menção breve a modelos destinados ao amortecimento de cheias;
• introduzir o tema da mudança climática, mediante a apresentação e a discussão de possíveis medidas de adaptação a cenários daquela alteração;
• partilhar experiências, mediante a apresentação e discussão de casos práticos de exploração integrada de albufeiras.

Destinatários:
Quadros técnicos de empresas e de organismos, privados ou públicos. Áreas de interesse técnico-científico: hidrologia computacional, dimensionamento de obras hidráulicas, planeamento e gestão de recursos hídricos.

Coordenação:
Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
Prof. António Betâmio de Almeida (IST)

Programa:
1º dia – 02.04.2009
09h00-09h30 Apresentação
Prof. António Betâmio de Almeida (IST); Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
09h30-11h30 Noções fundamentais. Objectivos e condicionamentos do
dimensionamento de albufeiras
Prof. João Hipólito (IST)
11h30-12h00 Pausa para café
12h00-13h00 Estimação de escoamento fluviais
Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
13h00-14h30 Almoço
14h30-15h30 Estimação de escoamento fluviais
Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
15h30-16h00 Estimação de escoamento fluviais
Prof. Rodrigo Proença de Oliveira (IST)
16h00-16h30 Pausa para café
16h30-18h00 Gestão de albufeiras em situações normal e excepcional. O caso da EDP
Eng. Marques Pinto (EDP/Produção/Direcção da Produção Hidráulica)

2º dia – 03.04.2009
09h00-11h00 Modelos de dimensionamento de albufeiras
Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
11h00-11h30 Políticas de operação de albufeiras
Prof. Rodrigo Proença de Oliveira (IST)
11h30-12h00 Pausa para café
12h00-13h00 Decisões baseadas no risco
Prof. António Betâmio de Almeida (IST)
13h00-14h30 Almoço
14h30-15h30 Impactos e adaptação à mudança climática
Prof. Rodrigo Proença de Oliveira (IST)
15h30-16h00 Impactos e adaptação à mudança climática
Prof.ª Maria Manuela Portela (IST)
16h00-16h30 Pausa para café
16h30-18h00 Exploração integrada do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA)
Eng. José Costa Miranda (EDIA)

Informação adicional:
Horário: 09h00 – 18h00
Custo: 490€  + IVA à taxa legal em vigor
Local de realização: Instituto Superior Técnico – DECivil, em Lisboa




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1 Comentário a A Estimação de Escoamentos Fluviais e o Dimensionamento de Albufeiras

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    […] está geralmente associado o regime de exploração a fio-de-água, dada a reduzida capacidade de regularização das respectivas albufeiras, que na maior parte dos casos não excede algumas horas de retenção do caudal médio. Dai que, na […]

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