Norte-americanos desvendam o mecanismo por detrás da ductilidade do betão
Um estudo conduzido pelo Laboratório de Materiais da Universidade de Rice, nos EUA, permitiu, pela primeira vez, compreender e modelar alguns dos mecanismos envolvidos na deformação do betão. A descoberta poderá servir como ponto de partida para a produção e um betão mais resistente e dúctil.
Os investigadores daquela universidade norte-americana realizaram uma análise computorizada, ao nível atómico, da tobermorite, um material natural que na sua forma cristalina integra o cimento Portland, comummente utilizado como ligante na produção do betão corrente.
Durante a aplicação do betão, a tobermorite organiza-se em camadas que solidificam conjuntamente em partículas. A geometria destas partículas permite que durante a deformação de um elemento de betão, as camadas se possam mover entre si, o que permite aliviar, até certo ponto, os esforços estruturais instalados.
De forma a compreender a influência deste mecanismo na ductilidade do betão, os engenheiros de Rice construíram o primeiro modelo digital que permite a simulação do escorregamento entre camadas de tobermorite.
Utilizando este modelo computorizado descobriu-se que as camadas funcionam em total coordenação, com transmissão sucessiva de esforços entre si. De cada vez que o movimento de uma camada é interrompido, devido à existência de defeitos, o efeito é passado para a camada seguinte.
É esta dinâmica que permite que os esforços sejam aliviados sem que os elementos de betão fissurem.
De acordo com os investigadores, esta é uma propriedade chave no fabrico de novos materiais cimentícios que permitam a construção de estruturas mais resistentes e mais flexíveis.
Fonte: Universidade de Rice
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