Engenheiros Civis Holandeses estão a desenvolver um cimento mais eficiente e ambiental

Investigadores da Universidade Técnica de Eindhoven (TU/e), na Holanda, estão a desenvolver um novo tipo de cimento, com elevada percentagem de incorporação de escórias de altos-fornos que é mais ambiental e eficiente que o obtido por métodos tradicionais.

A indústria de produção do aço gera anualmente cerca de 125 milhões de toneladas de escórias de altos fornos que, na sua grande maioria, são depositadas em aterro, sem qualquer reciclagem ou reaproveitamento.
Estes resíduos possuem uma constituição mineralógica muito semelhante à do cimento tipicamente usado na construção civil. Por esta razão a indústria da construção é um dos principais destinos desse subproduto, geralmente distribuído sob a forma de escória granulada.

O betão fabricado com cimento com elevada percentagem de incorporação de escórias de altos-fornos possui, no entanto, propriedades e desempenho diferentes do obtido com cimento Portland corrente, não sendo as suas características físicas e químicas completamente conhecidas.
É precisamente neste ponto que o estudo dos engenheiros holandeses se foca, em particular na aquisição de um conhecimento mais completo do comportamento do betão com incorporação de escórias de altos-fornos e na modificação das suas propriedades através da utilização de aditivos específicos.

Nesse âmbito, a TU/e está a desenvolver modelos avançados de previsão do comportamento mecânico de elementos de betão fabricado com cimento com elevada percentagem de incorporação de escórias de altos-fornos.

Além disso e uma vez que é possível o controlo, durante o fabrico do aço, da composição daquele subproduto sem que a qualidade do aço fabricado seja alterada, os investigadores estão a tentar encontrar as características das escórias que conduzem a um betão melhor desempenho.

Estima-se que o uso deste tipo de cimento, na indústria da construção holandesa, de uma forma generalizada, conduziria a uma redução anual, das emissões de CO2, de vários milhões de toneladas.
Adicionalmente os fabricantes de aço passariam a ter, em vez dos custos associados ao transporte, armazenamento e tratamento de um resíduo, uma fonte adicional de rendimento, passando a ser fornecedores de uma matéria prima.




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