Evolução das Candidaturas ao Curso de Engenharia Civil em Universidades Portuguesas
O presente artigo analisa a evolução das candidaturas ao curso de engenharia civil, em universidades Portuguesas, durante a 1ª fase de acesso ao ensino superior. A mesma é comparada com a evolução das candidaturas ao curso de arquitetura e a outros dois cursos de engenharia (mecânica e informática).
Constatou-se uma elevada redução da procura do curso de engenharia civil em contraponto à estabilidade da procura nos cursos de arquitetura e engenharia mecânica e ao aumento sustentado da procura do curso de engenharia informática.
Não se comprova, pelo menos de forma inequívoca, que a crise no sector da construção seja a grande responsável pela perda de atração deste curso, nem que tal perda se deva à recente exigência de provas específicas de Matemática e Física, ainda que se aceite que tais fatores tenham contribuído de alguma forma para a mesma.
O presente artigo contextualiza o problema referido em termos internacionais onde também se verificou e continua a verificar uma redução de candidaturas a este curso e sugere alguns contributos para o aumento da capacidade de atração do curso de engenharia civil.
Autor: F. Pacheco Torgal – Investigador na Unidade C-TAC, Doutor em Engenharia Civil (torgal@civil.uminho.pt) | Universidade do Minho, Unidade de Investigação C-TAC, 4800 Guimarães, Portugal
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17 Setembro, 2014
Excelente análise do estado da engenharia civil no nosso país. Parabéns ao autor.
17 Setembro, 2014
Se há coisa que não aprendemos nos últimos 20 anos foi a regular as vagas no ensino universitário e a promover o controlo eficiente da qualidade dos cursos. O resultado, cada vez mais preocupante, está à vista.
17 Setembro, 2014
Gostei muito da forma como os dados foram apresentados mas não concordo com as conclusões retiradas. Julgo que a crise no mercado da construção é um ponto chave (e não um fator de menor importância como é defendido) para os problemas nos cursos de engenharia civil. Neste âmbito julgo que a comparação com a evolução do curso de arquitetura e retirada direta de conclusões também não faz muito sentido. Seria como dizer que a falta de alunos nos cursos da área da saúde não está relacionada com a crise na saúde uma vez que os cursos de medicina continuam cheios.
17 Setembro, 2014
Parabéns pelo excelente artigo.
17 Setembro, 2014
Se o ministro da educação pretende efetivamente agir com base nos resultados das candidaturas, só faz sentido manter os cursos do técnico e da feup. Os restantes deviam simplesmente fechar, tendo apenas em atenção a manutenção dos alunos que os frequentam atualmente.
17 Setembro, 2014
Gostei bastante do artigo pois tem uma linguagem acessível e foca um tema sobre o qual muito se tem especulado, mas não concordo com a conclusão do Mário Fernandes, de que só os cursos de engenharia civil da FEUP e do IST deviam ficar abertos. Na minha opinião só um curso de engenharia civil devia ficar aberto mas nele deviam estar os melhores docentes de todos os cursos de engenharia civil universitários, pois tanto na FEUP como no IST existem alguns/muitos Professores de fraca qualidade.
19 Setembro, 2014
É preciso não esquecer que mesmo sem saídas profissionais, até menos ainda que engenharia civil, o curso de arquitectura é um curso fino.
19 Setembro, 2014
Eu acho que a principal razão na escolha de um curso é a financeira, é por isso que o curso de Medicina é o mais procurado.
19 Setembro, 2014
Se a principal razão na escolha de um curso é a financeira como diz o Pedro Sacramento porque há tanta gente a ir para cursos que não tem emprego nem agora nem daqui a muitos anos ? O curso de Direito enche sempre logo na 1ª fase.
20 Setembro, 2014
O curso de Direito constitui a porta de entrada para a politica e logo este curso serve para quase tudo incluindo para numerosos cargos públicos de gestão. É este um dos nosso problemas do nosso país. Não somos um país de empreendedores somos um país com jovens cujo único sonho é um cargo de gestão nalguma empresa pública, com carro e motorista e outras mordomias.
20 Setembro, 2014
Felizmente nós por cá ainda não chegámos aquela fase em que nem sequer tirando um curso como boas notas numa boa Universidade (como Oxford) de propinas muito elevadas e nem assim conseguem trabalho como se refere neste link:
http://www.telegraph.co.uk/education/9977803/Top-university-a-great-degree-but-as-for-a-job-dream-on.html
20 Setembro, 2014
Pessoal vejam este link
http://www.bls.gov/ooh/architecture-and-engineering/civil-engineers.htm
nos EUA o vencimento de um engenheiro civil é de aprox. 60.000 euros/ano ainda assim abaixo dos 100.000 euros dos eng do petróleo
http://www.bls.gov/ooh/architecture-and-engineering/petroleum-engineers.htm
21 Setembro, 2014
Abaixo um link relacionado com este tema:
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=4134835&seccao=Dinheiro%20Vivo
que não é uma boa noticia mas que deixa uma interrogação, os engenheiros pelo menos ainda tem trabalho (mesmo que lá fora) e os advogados vão trabalhar onde ?
21 Setembro, 2014
uma coisa é certa só quando engenharia civil mudar para um patamar tecnológico superior no qual consiga aumentar de forma significativa a produção de patentes poderá ter mais lucros e pagar mais aos engenheiros. Como se refere este fim de semana na pág 5 da secção Emprego do Expresso quase 26% de todos os empregos na Europa foram criados por empresas que baseiam a sua actividade na utilização intensiva da propriedade intelectual.
21 Setembro, 2014
Por falar em patentes o European Patent Office abriu 200 vagas para engenheiros e investigadores para avaliadores de patentes com salários entre 4200-8000 euros/mês
ver no link abaixo
http://comoemigrar.net/2013/06/a-epo-esta-a-recrutar-200-pessoas-das-areas-das-ciencias-e-engenharias/
5 Outubro, 2014
Há uma coisa engraçada que é quando ouço alguns dizerem a engenharia civil tem muita procura lá fora. Pois lá fora há muitas obras. Isso significa que a maioria dos que vão lá para fora não vão fazer projecto mas sim direcção e fiscalização de obras. Não me parece que faça muito sentido andar 5 anos a aprender a calcular isto e aquilo, com uma ou no máximo duas cadeiras ligadas “às obras” para depois ir fazer somente e quase exclusivamente direcção e fiscalização de obras. Nesse caso o curso devia mudar o nome para Engenharia da Direcção e Fiscalização de Obras substuindo-se parte das disciplinas de cálculo por outras ligadas à direcção e fiscalização de obras, como controlo de qualidade, Direito, gestão de recursos humanos, contabilidade, segurança no trabalho etc etc !!!
10 Outubro, 2014
[…] ao Ensino Superior Público de 2014 confirmam este ano como o pior, de que há memória, para o ensino universitário e politécnico de Engenharia Civil em Portugal. A nível nacional foram colocados, nas três fases, apenas 316 candidatos em Universidades (302) e […]