Tornando as Fachadas Envidraçadas Mais Seguras
A utilização de fachadas envidraçadas na construção de edifícios é cada vez mais comum, no entanto pode apresentar alguns inconvenientes do ponto de vista da segurança dos ocupantes se não forem adotados os materiais e procedimentos construtivos adequados. Por essa razão a investigação sobre a resistência do vidro em fachadas e coberturas constitui, nos dias de hoje, uma prioridade no âmbito da pesquisa na área dos materiais de construção.
Um dos avanços nesta área está relacionado com a produção de painéis de vidro resistentes a altas pressões, nomeadamente explosões. Este aspeto é especialmente relevante dada a ameaça crescente de atentados bombistas em cidades, em centros financeiros ou habitacionais, na proximidade de edifícios com grandes áreas envidraçadas.
No entanto a quantidade massiva de energia libertada por uma explosão não é de simulação fácil, especialmente em ambiente laboratorial. Neste âmbito, por exemplo, o Institudo Fraunhofer de Física das Construções utiliza um tubo de choque de grandes dimensões para ensaiar diferentes tipos painéis de vidro sujeitos à ação de explosões com diferentes intensidades e a diferentes distâncias.
Estes dispositivos permitem simular, num intervalo de tempo muito curto, os efeitos iniciais de uma explosão e determinar a influência de ondas de choque nas estruturas envidraçadas.
Um tubo de choque possui no seu interior um diafragma que separa dois espaços nos quais foram geradas pressões de valor muito diferente, através da injeção de fluídos com diferentes densidades ou temperaturas. A abertura do diafragma, origina um escoamento brusco, do espaço a maior pressão, denominado espaço de controlo para o que se encontra a menor pressão. É este processo que permite simular a onda de choque e a subsequente onda de expansão (em sentido oposto), de uma detonação, sem os inconvenientes óbvios de uma explosão real.
Dependendo da pressão induzida no espaço de controlo, a amostra de vidro, que é colocada na continuidade do espaço de menor pressão, pode ser sujeita, no tubo de choque do tipo Blast-STAR usado pelo Institudo Fraunhofer, a uma onda de choque equivalente a explosões de 100 a 2500 kg de TNT, a distâncias que variam entre os 35 e 50 m.
Fontes: Fraunhofer Institute for Building Physics
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