Uso de geopolímeros como alternativa sustentável ao cimento Portland
Uma equipa de investigadores da Universidade Técnica de Darmstadt (TU Darmstadt), na Alemanha, está a estudar alternativas mais sustentáveis ao uso do cimento Portland na construção civil. Os engenheiros alemães estão a avaliar, em particular, os geopolímeros, materiais minerais mais amigos do ambiente e também mais resistentes às ações químicas e a temperaturas elevadas.
Os Geopolimemeros são tipicamente compostos por um sólido reativo, contendo óxido de silício e de alumínio e uma solução básica de ativação formada por hidróxidos alcalinos ou silicatos alcalinos. A mistura da componente sólida com a solução de ativação dá origem a um polímero anorgânico de elevada resistência.
Uma das grandes dificuldades da utilização de geopolímeros correntes, como substituto do cimento no fabrico do betão, é a sua baixa trabalhabilidade quando integrados em argamassas.
Uma alternativa sustentável, que permite mitigar em parte a questão da trabalhabilidade é o uso de cinzas volantes.
Os geopolímeros possuem também uma elevada estabilidade quando expostos a temperaturas elevadas, por exemplo durante um incêndio e como não integram produtos hidratantes, podem ser utilizados na construção de estruturas localizadas em ambientes de grande agressividade química.
Por outro lado, o intervalo de tempo necessário ao desenvolvimento de resistência compressiva é muito similar ao dos betões de elevado desempenho, o que torna os geopolímeros adequados aos processos construtivos tradicionais.
Uma das primeiras aplicações dos geopolímeros desenvolvidos pela TU Darmstadt foi na construção de elementos pré-fabricados, muito devido à facilidade com que é possível efetuar a desmoldagem. Os investigadores criaram condutas para sistemas de esgotos, fabricadas com geopolímeros, que possuem uma resistência melhorada a bioquímicos.
Fonte: TU Darmstadt
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3 Fevereiro, 2017
Existe muita mistificação à volta dos geopolímeros. É verdade que muitos deles têm uma elevada resistencia mecânica, resistência a altas temperaturas e ainda contra ataque de ácido. Há porém alguns que têm apresentado problemas de durabilidade. O seu desempenho depende por isso não só dos aluminosilicatos utilizados mas também dos activadores alcalinos. Além disso apresentam quase todos limitações de custo e alguns até mesmo uma elevada pegada carbónica. Mais informações aqui: http://ctac.uminho.pt/publication/alkali-activated-cement-based-binders-aacb-durable-and-cost-competitive-low-co2-binder-m