As Paredes de Gesso que Conservam Energia
Investigadores do Grupo de Construção e Tecnologias Arquitetónicas da Universidade Politécnica de Madrid estão a utilizar painéis de gesso para armazenar energia térmica. A tecnologia, apesar de não ser nova, permite uma poupança energética significativa em comparação com sistemas similares ou a utilização de revestimentos tradicionais, fazendo uso dos chamados materiais de mudança de fase ou materiais termo-ativos.
O material, de aparência similar aos painéis de gesso correntes é capaz de armazenar cinco vezes mais energia térmica que estes, permitindo manter uma estável temperatura de conforto, sem necessidade de recorrer a sistemas de climatização ativa. Os painéis conseguem assim consumir energia quando em excesso e repo-la quando ela está em falta, minimizando as oscilações térmicas a que está sujeito o ambiente interior do compartimento.
Estas propriedades são obtidas através da incorporação de materiais de mudança de fase (Phase Change Materials – PCM) nos painéis, neste caso, pequenos grânulos de parafina. Os PCM são substâncias que armazenam ou libertam energia sob a forma de calor latente. Durante o dia o calor proveniente da radiação solar, atividade humana e funcionamento de eletrodomésticos induz a liquefação dos PCM, evitando o sobreaquecimento, enquanto à noite, o abaixamento da temperatura exterior potencia a passagem ao estado sólido, favorecendo a libertação de calor.
Os painéis de gesso com PCM, além de terem um comportamento similar ao de elementos construtivos com grande massa e inércia térmica, apresentam energias de mudança de fase elevadas, o que permite armazenar um máximo de energia num mínimo de volume (os painéis testados têm uma espessura de apenas 1,5 cm). Outra grande vantagem é o facto de não serem nocivos para os seres humanos ou o meio ambiente em geral.
Uma vez que estes painéis de gesso são de aplicação interior, o aproveitamento da capacidade teórica de armazenamento térmico é superior a 90%, em oposição a elementos de fachada com PCM que permitem uma capacidade térmica útil que nunca ultrapassa os 15%.
O prazo de retorno do investimento da aplicação da tecnologia em habitações correntes é de apenas um a dois anos.
Fonte: Universidade Politécnica de Madrid (UPM)
Outros artigos interessantes:
17 Dezembro, 2013
Boa tarde. Bastante interessante esta ideia das paredes em gesso para uma otimização e poupança nos gastos de energia. Estou a reconstruir a minha casa e preciso de efetuar obras de maneira a ter um bom isolamento da casa e principalmente no telhado.
Podem-me ajudar ou aconselhar alguém?
Estas tecnologias de que falam são j´de venda ao publico em geral e podem já ser utilizadas?
28 Abril, 2014
[…] O Grupo Preceram vai organizar nos próximos dias 6, 7 e 8 de Maio, por ocasião da Tektónica 2014, na FIl, em Lisboa, a ação de formação profissional Soluções Eficientes para Construção e Reabilitação. Dirigida a Engenheiros Civis, estudantes e docentes de Engenharia Civil e Arquitetura, centrar-se-á em temas como o conforto térmico e acústico em pisos e tetos, aumento da eficiência na construção e reabilitação de paredes e melhoria do desempenho dos sistemas em placas de gesso. […]