O Sistema que Defende Nova Orleães dos Furacões
Após os trágicos acontecimentos do furacão Katrina, Nova Orleães desenvolveu um dos mais sofisticados sistema de defesa contra cheias alguma vez construído. Este sistema integrado, de 14 mil milhões de dólares, é constituído por um conjunto de estruturas de controlo de cheias, incluindo muros, diques, comportas, elevadores hidráulicos e estações de bombagem e foi usado recentemente para defesa contra o furacão Isaac.
O sistema, dimensionado para cheias de 100 anos, foi desenvolvido com a coordenação do U.S. Army Corps of Engineers (USACE) e conta atualmente com a maior barreira de defesa de cheias do mundo, com cerca de 3.2 km de extensão e 8 m de altura.
Este muro de defesa foi construído para impedir que as águas do Golfo do México penetrem no Lago Borgne, inundando Nova Orleães.
A estrutura da barreira é, na sua quase totalidade, constituída por estacas circulares de betão com comprimento de 45 m e 1,7 m de diâmetro, reforçada e refechada com estacas secundárias. A fundação é encimada por vigas de betão armado, recobertas até à altura de 8 m.
A construção esteve a cargo do grupo Norte Americano, Shaw.
O centro nevrálgico do sistema de defesa situa-se num edifício em betão armado de alta resistência, que está preparado para resistir a furacões de categoria 5 (como foi o caso do Katrina). Este edifício é completamente autónomo em termos energéticos podendo albergar 60 pessoas durante duas semanas, sem qualquer contacto exterior. Além de instalações de comunicações e monitorização por vídeo e satélite, o edifício possui uma pequena fábrica de assemblagem de sacos de areia, para contenções de emergência. Este centro monitoriza em permanência o nível das águas e permite o controlo remoto de todas as comportas.
Uma vez que uma parte significativa da cidade de Nova Orleães se situa abaixo do nível do mar, as estações de bombagem são um dos componentes chave do sistema, permitindo a bombagem rápida de água para o sistema de canais de escoamento, em situação de cheia repentina.
As cabines de controlo de bombagem ficam situadas 10 m acima do solo e foram concebidas para suportar ventos superiores a 400 km/h, permitindo abrigar os operadores em condições ideais de segurança.
Os diques são também uma parte fundamental do sistema. E Nova Orleães está rodeada, em quase todo o seu perímetro por este tipo de estruturas, que servem de última defesa, impedindo que as águas entrem na cidade.
Os diques são, em geral, constituídos por muros em T de betão armado assentes sobre estacas metálicas. Sob estes muros existe uma cortina de estacas prancha em todo o desenvolvimento.
Fonte: The New York Times, Odebrecht, CNN
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